segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Best of you



É incrível como as pessoas só aceitam o melhor de você, não pode cometer o menor deslize, qualquer coisa e já estão te jugando e te colocando pra baixo. Você tem que ser perfeita! Perfeita em casa, na escola, para os seus amigos, familiares e professores... sempre e sempre perfeita.

Acontece que ninguém é perfeito, todos cometemos erros mas ninguém se dá conta dos próprios erros, só reparam nos dos outros. "Ninguém olha para o o próprio umbigo" essa é a verdade... são exigentes, cansativos e triviais. Sempre exigindo de você, o seu máximo, o seu melhor, o impossível ou seja a perfeição... que não existe. Uma coisa bem inteligente para se dizer em uma situação como essa : "Foda-se!" Você não tem que ser perfeito, seja você mesmo! Quem liga? Quem se importa? Seja você, e foda-se o resto!



Oblíquo

Eu o observava, enquanto ele deslizava sua mão delicadamente sobre o papel. Eu desconhecia sua arte, mas tive a leve impressão de que estava sendo retratada naquele humilde e insignificante papel. Desde que chegara, ele não se dignara a me dirigir um único olhar. Sua expressão era dura e cansativa, ele estava intensa e completamente concentrado em seu trabalho. Ele não se mostrava convidativo e isso me intrigava. Mas de uma coisa eu sabia, o chamavam Vincent.

Fui me aproximando lentamente daquele garoto surreal e assustador.

-Oi. - disse.

-Olá. - respondeu ele secamente, sem tirar os olhos do papel.

Passou-se alguns minutos, nos quais nenhum dos dois se manifestou. Vendo que ele não falaria, quebrei o silêncio:

-O céu está muito belo, não?

-Não. - cortou ele.

Eu o encarei perplexa.

-Não?

-Não. Pois não há nuvens, é como uma tela vazia. Agora se a senhorita me der licença, eu irei me recolher.

-C-claro- sussurrei.

O que havia de errado comigo? Por que eu não conseguia parar naquele garoto prepotente?

Eu me sentia frágil, insegura, minhas mãos suavam... O que eu estava pensando?

Que poderia me apaixonar por qualquer reles mortal que aparecesse na minha frente?

Eu definitivamente não poderia amá-lo. Mas infelizmente eu não tinha esse poder, só conseguia pensar em sua pele bronzeada e seus belos cabelos negros esvoaçantes.
Quando percebi uma folha caída no chão, a peguei trêmula sem saber o que fazer. Àquela pequena folha retratava a mim de todas as maneiras possíveis. Cabelos curtos, longos, encaracolados, olhos verdes, negros, azuis, mel... sem perder, em nenhum momento, a minha essência.

Fiquei pensativa por alguns minutos e uma única lágrima escorreu por minha face. Então percebi uma notinha de rodapé, com os seguintes dizeres:

Eu a amo, mas é impossível.

E naquele dia, tive certeza que nunca mais o veria.

Por J.M.